Caatinga significa mata branca em tupi, uma
referência à vegetação sem folhas que predomina na temporada de seca. As
plantas que vivem aqui tiveram que se adaptar às condições áridas desse
ecossistema. Muitas armazenam água, como os cactos, enquanto outras
possuem raízes espalhadas pela superfície do solo para absorver o máximo
de água. É difícil entender como algum animal pode sobreviver nessas
condições.
Mas o período das chuvas, no início do ano, modifica totalmente a
paisagem. O verde volta à copa das árvores e as flores colorem a
Caatinga, que deixa de ser a mata branca por um breve período. Os bichos
conseguem alimento com uma maior facilidade e começam a engordar para
enfrentar a seca que virá logo em seguida.
É o ecossistema menos estudado do Brasil, mas, segundo o Ministério do
Meio Ambiente (MMA), 80% de seus habitats originais já foram alterados,
62% das áreas que podem se tornar desertos no país estão em zonas
originalmente ocupadas pela Caatinga e menos de 1,5% do bioma se
encontra em áreas de proteção integral (como Parques, Reservas
Biológicas e Estações Ecológicas). O desmatamento – para a formação de
pastos ou para a produção de lenha e carvão – é a principal ameaça.
Mesmo assim, os dados do MMA indicam uma grande biodiversidade. São 932
espécies de plantas, 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de
répteis, 79 espécies de anfíbios e 241 de peixes, muitas delas endêmicas
(ocorrem somente na Caatinga). Para garantir a preservação desse
ecossistema é preciso ampliar as medidas de proteção ambiental e
promover alternativas para o uso sustentável de seus recursos.
O dia da Dia da Caatinga é em 28 de abril. Veja algumas espécies da mata branca do Brasil:
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Perereca-de-capacete (Corythomantis greeningi)
Com glândulas urticárias de veneno ao redor de
todo o corpo, a perereca-de-capacete é encontrada somente na Caatinga, onde se reproduz em cachoeiras e riachos temporários. |
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Carcará (Caracara plancus)
Ao contrário do que diz a música de João do Vale:
“Pega, mata e come“, o carcará prefere se alimentar de carniça. Mas
também caça pequenos insetos e vertebrados na Caatinga e nos demais biomas brasileiros. |
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Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris)
Encontrado em uma grande variedade de habitats , o
gambá-de-orelha-branca também é conhecido como saruê, seriguê, micurê,
entre outros, dependendo da região do Brasil. Na Caatinga são
encontrados em zonas de vegetação espinhosa e em áreas perturbadas (é
comum abrigarem-se no forro das casas). Os gambás possuem glândulas
odoríferas que liberam um cheiro muito ruim e servem como defesa. Em
último caso, o animal se finge de morto na esperança de que o predador
perca o interesse. |
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Águia-chilena (Geranoaetus melanoleucus)
A águia-chilena é encontrada em campos abertos e
montanhas, onde procura por aves, cobras e pequenos mamíferos. Apesar
do nome, pode ser encontrada em vários países da América do Sul, incluindo o Brasil. |
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Preguiça-de-chifres (Stenocercus squarrosus)
A preguiça-de-chifres é um lagarto encontrado somente na Caatinga do Piauí. O animal prefere ambientes densos, em meio a galhos secos, onde a camuflagem o torna praticamente invisível. |
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Azulão (Cyanocompsa brissonii)
O azulão tem uma ampla distribuição no Brasil e é encontrado em todos os biomas do país, inclusive na Caatinga. O sexo dos animais pode ser identificado pela cor: o macho é azulado (foto) e a fêmea é marrom. |
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Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous)
O cachorro-do-mato, também conhecido como lobinho, é um mamífero comum no Brasil. Normalmente é encontrado aos pares, vagando pelos campos da Caatinga a procura de frutas e pequenos animais. |
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Periquito-da-caatinga (Aratinga cactorum)
Encontrado na Caatinga e no Cerrado da região nordeste, o periquito-da-caatinga se alimenta de sementes, frutos e flores – especialmente de cactos. |
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Sagui-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus)
Um dos primatas mais conhecidos do Brasil, o sagui-de-tufos-brancos habitava a Caatinga originalmente.
Porém a espécie se adapta muito bem a áreas degradadas e se espalhou
por outras regiões do país. Os primatas vivem em grupos de até seis
indivíduos liderados pela fêmea mais velha e se alimentam de insetos,
aranhas, ovos, filhotes de aves, lagartos e seiva de algumas árvores. |
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Gralha-cancã (Cyanocorax cyanopogon)
Presente na Caatinga e no Cerrado,
a gralha-cancã consegue imitar o canto de outras aves. Ela se alimenta
de cupins, carniça e frutos, principalmente o mandacaru. |
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Calango-de-cauda-verde (Ameivula venetacaudus)
Encontrado somente na Caatinga do Piauí, o calango-de-cauda-verde procura por insetos escondidos sob o folhiço. |
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Mão-pelada (Procyon cancrivorus)
Batizado devido à falta de pelos nas mãos, o
mão-pelada, também conhecido como guaxinim, é um animal solitário de
hábitos noturnos. Existem poucos estudos sobre a espécie, mas sabe-se é
extremamente adaptável e oportunista e, por isso, é encontrado em todos
os biomas do Brasil (geralmente próximos a cursos d’água). Alimenta-se
de caranguejos, moluscos, peixes, sapos insetos e frutas, lavados antes
de comer. |
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Rapazinho dos velhos (Nystalus maculatus)
O rapazinho-dos-velhos fica pousado em galhos
esperando por insetos e pequenos vertebrados. Também é conhecido como
joão-bobo, nome adquirido devido ao seu comportamento: quando um
possível predador está por perto a ave fica imóvel e conta com sua
camuflagem para escapar do perigo. Apesar de ser uma boa técnica, já que
é muito mais fácil ver um animal se movendo, as pessoas o chamam de
bobo porque a ave fica parada quando alguém se aproxima. |
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Onça-parda (Puma concolor)
Suçuarana, leão da montanha, puma, cougar... A lista de nomes da onça-parda
é longa. É encontrada das montanhas Rochosas, no Canadá, até o sul da
Patagônia chilena, dos picos nevados dos Andes até florestas brancas da Caatinga, das planícies do Pantanal até a Floresta Amazônica. Devido à sua distribuição extensa, o felino acabou recebendo vários nomes populares em línguas diferentes. |
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Corrupião (Icterus jamacaii)
Também conhecido como sofrê, o corrupião é uma das aves mais bonitas
do Nordeste. Ele é capaz de imitar o canto de outras aves e chega a
roubar o ninho de outras espécies. Xéxeu, bem-te-vi e joão-de-barro estão na lista de passarinhos que podem ser assaltados. É encontrado na Caatinga, onde procura por frutos e pelo doce néctar das flores. |
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Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii)
A última ararinha-azul que pintou o céu da Caatinga foi avistada no ano 2000. A espécie é considerada criticamente ameaçada (possivelmente extinta na natureza)
pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla
em inglês). Hoje restam cerca de 60 indivíduos espalhados em zoológicos
e coleções particulares, a maioria fora do Brasil. Programas de
reprodução em cativeiro e reintrodução da espécie ao habitat natural
tentam salvar a ave da extinção completa. |
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Macaco-prego (Cebus libidinosus)
Os macacos-prego
receberam seu nome devido ao formato do pênis dos machos. São os únicos
macacos das Américas capazes de utilizar ferramentas para facilitar a
exploração de recursos. A espécie encontrada na Caatinga utiliza pedras para quebrar coquinhos e comer as sementes. |
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Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus)
Quando o tatu-bola
se sente ameaçado curva as costas, coloca a cauda ao lado da cabeça e
se fecha em uma esfera de proteção. Seria difícil achar melhor mascote
para a Copa do Mundo de 2014 do que um bicho que se transforma em bola e
só existe no Brasil. A ONG Associação Caatinga, responsável pela campanha da mascote, espera chamar a atenção para o animal – considerado vulnerável pela
IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em
inglês) – e, a partir daí, conseguir mais apoio para preservar o habitat
em que vive. Com isso, outras espécies do Cerrado e da Caatinga seriam beneficiadas. |
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Soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni)
O soldadinho-do-araripe vive na Caatinga.
É a ave mais ameaçada da família dos dançarinos (Pipridae), aves que se
alimentam basicamente de frutos e possuem uma corte muito elaborada. Os
machos exibem cores vistosas enquanto as fêmeas possuem cores
discretas. O desmatamento para a plantação de monoculturas e criação de
gado e o crescimento urbano desordenado são os principais problemas
enfrentados pela espécie que se encontra criticamente ameaçada de extinção segundo a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês). |
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Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari)
Observada pela primeira vez na natureza pelo biólogo alemão Helmut Sick no final da década de 1970, a arara-azul-de-lear é encontrada somente na Caatinga, no nordeste da Bahia, onde se alimenta principalmente das sementes da palmeira licuri. A espécie é classificada como ameaçada de extinção
pela lista vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da
Natureza, na sigla em inglês). O tráfico de animais, o desmatamento para
a criação de pastos e o abate por fazendeiros que querem defender suas
plantações do apetite das aves são as principais ameaças.
Fonte: viajeaqui.abril
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Que lindooos que são todos eles, amoo
ResponderExcluirQue lindo é a nossa flora ,temos que preservar nossos animais e as nossas florestas ,que são riquíssimo de adversidades,vamos cuidar das nossas florestas e dos animais .
ResponderExcluirAdorei. Que ótimo trabalho. Estou emocionada de saber mais sobre nossa linda fauna. Lindos lindos lindos
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